canto da sereia

canto da sereia

Share this post

canto da sereia
canto da sereia
a história da minha/ de uma família, vol.1
Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais

a história da minha/ de uma família, vol.1

Ou um livro em construção

Raquel Dias da Silva
mai 14, 2025
∙ Pago
18

Share this post

canto da sereia
canto da sereia
a história da minha/ de uma família, vol.1
Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais
18
2
Partilhar
Summertime (1988), Mary Cassatt. Oil on canvas, 100.6 x 81.3 cm. Terra Foundation for American Art, Daniel J. Terra Collection.

Nota do editor: Acabei de ler Agora e Na Hora da Nossa Morte, de Susana Moreira Marques, um dia antes da mãe da minha melhor amiga se suicidar. Na altura, escrevi o texto que se segue abaixo e comecei a pensar obsessivamente sobre como se conta a história de uma família. Entretanto, tenho vindo a escrever pequenos ensaios sobre a minha própria família, a que me calhou e a que estou a fazer crescer. Partilho aqui uns excertos. Talvez traga mais.

Estou num autocarro para o Algarve. Estou num autocarro para um funeral. Estou num autocarro porque a mãe da minha melhor amiga decidiu morrer. Estou num autocarro porque a mãe da minha irmã decidiu morrer, e morreu.

O funeral é amanhã. Para quem me lê foi ontem, ontem há muito tempo. Não interessa quando foi. Hoje é. E hoje que estou num autocarro para um funeral, que é só amanhã ou que foi ontem, pergunto-me como é que se conta a história de uma família.

Como é que se conta a história da nossa família? Como é que se conta a nossa história? Começa-se por onde? Quão para trás devemos viajar? E quem poderá contar o que ainda está por vir?

Eu estou cá porque a minha mãe está cá e ela só está cá por causa da mãe dela que já cá esteve, e de repente é claro para mim que há muitas outras mulheres e homens que me fizeram. Digo fizeram-me e penso no meu corpo físico.

Os pais dos pais dos pais dos pais dos pais dos pais dos meus pais também me fizeram. Depois há outros pais, que não são meus mas é como se fossem, como a mãe da minha melhor amiga. O meu primeiro e único piercing foi pago por ela. Lembro-me muito bem desse dia porque os meus pais não queriam que eu fizesse piercing nenhum.

Caraças do piercing.

A partir daqui o artigo está disponível apenas para subscritores da assinatura paga. Se valorizas o conteúdo desta newsletter e queres apoiar o trabalho que o torna possível, considera fazer uma subscrição. O teu apoio permite-me continuar a escrever com tempo, rigor e independência.

Obtenha 50% off for 1 year

Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias

Subscreva a canto da sereia para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.

Already a paid subscriber? Entrar
© 2025 Raquel Dias da Silva
Publisher Privacy ∙ Publisher Terms
Substack
Privacidade ∙ Termos ∙ Aviso de cobrança
Comece a escreverObtenha o App
Substack é o lar da grande cultura

Partilhar

Copiar link
Facebook
Email
Notes
Mais