"Não aconteceu de uma vez, foi acontecendo, até um dia perceber que queria ficar para sempre. Não na casa, com a pessoa. Mas não se costuma dizer que há pessoas que são casas?" — Esta frase tocou-me. E muito! Não só por refletir o que têm sido os meus últimos meses, mas sobretudo por reforçar que "há pesosas que são casa". O JR é uma casa e tanto, nunca me senti tão eu com ele... Onde quer que estejamos, estaremos sempre acolhidos.
No meu caso, evito pensar nas casas onde andei/cresci porque, apesar de sentir felicidade, também sinto que era uma vida completamente diferente (a minha vida deu um 180º depois do divórcio dos meus pais) e traz-me dor/mágoa.
Contudo, pergunto-me muitas vezes se algum dia vou sentir aquela sensação de "casa". Sei que é um conceito muito de filmes e séries, e que nós somos a nossa casa, mas ainda assim, gostava de sentir "é isto, é aqui" (claro que este é um pensamento muito fixo e a vida é tudo menos isso, mas pronto haha)
Lamento pela tua experiência e espero que, um dia, encontres a “casa”. Sinceramente, eu também gostava de encontrar a minha, de ter essa sensação de que encontrei A Casa. 🤞🏻
Que texto fixe! Gostei muito, e é giro encontrar os pontos comuns na jornada. Desde o Algarve a Arroios, passando agora pela necessidade de dar algo melhor aos próximos 😌
Ai, que texto lindo, Raquel. Ler e pensar sobre as casas onde crescemos, tivemos e superámos as dores de crescimento deixa-me sempre muito emocionada. Precisaria de mais tempo para refletir em condições sobre as minhas casas, por isso não será aqui nos comentários, mas acho que te vou levar como inspiração para um próximo post, com os devidos créditos, claro :)
Obrigada Carolina! Sinto que haveria ainda tanto por dizer. Gostava de ter mais tempo para me sentar a escrever mergulhos íntimos mas com a bebé tem sido difícil. Mas fico à espera do teu testemunho ❤️
Claro, imagino! Mas é essa a tua magia; mesmo em "pouco" (ou em menos do que gostarias, vá), dizes muito. E talvez, quando a Teresinha permitir, quem sabe não tens vontade de voltar às casas e fazer uma estadia mental mais prolongada em cada uma delas? Assim uma espécie de zoom in em cada um dos cenários. Eu leria com todo o gosto ❤️ e obrigada, vou fazer por trazê-lo em breve!
Também me lembro de uma Igreja perto do local onde cresci no Algarve. O cãozinho da vizinha vinha visitar-nos porque lhe dávamos batatas fritas. Depois fui viver para Lisboa onde havia cocó por todas as ruas, depois para Santo António dos Cavaleiros onde a arquitetura brutalista deve ter contribuído para o desarranjo mental que ganhei na adolescência. Depois ainda vivi sozinho em Lisboa na loucura da faculdade, e numa praia. Agora estou na experiência estranha de viver com o meu pai e a minha mãe, que estão divorciados e há sempre alguma discussão. Eu tomo sempre o lado do meu pai, embora às vezes ele exagera.
Se não é indiscrição, onde cresceste no Algarve? De facto o sul tem muitas igrejas. Em Tavira, há umas 23!
Obrigada pela partilha. Não consigo imaginar o que seria voltar a viver com os meus pais, ainda por cima se estivessem divorciados. Espero que, apesar disso, tenhas paz.
É estranho ler esta tua experiência porque vivi 27 anos na mesma casa, até sair para a minha independência, já depois da faculdade, já a trabalhar. Vivi um ano numa casa partilhada, e outros seis numa casa horrível na Penha de França onde acabei por reencontrar o amor da minha vida e ser pai pela primeira vez. Cedo percebemos o mesmo: precisavamos de mais espaço. Principalmente para o miúdo poder correr e explorar sem grande limitações e cacetadas em móveis. Aliás, o mais novo, ele já nascido na casa atual, nos subúrbios, tem outra desenvoltura. Achamos sempre que a casa da Penha atrasou o desenvolvimento motor do mais velho, na altura. Podem ser também manias de pais. Mas a experiência de ter vivo em imensas casas é-me estranha. Um dia hei-de escrever sobre precisamente isso: a importância da casa dos meus e os processos de cristalização que ainda hoje acontecem naquelas divisões. Gostei muito do texto, Raquel.
Obrigada João, sobretudo pela partilha da tua experiência de paternidade numa casa com pouco espaço. Receio que na nossa casa actual a Teresa também não terá espaço para correr sem andar às cacetadas. O quarto dela é absolutamente minúsculo, sem nenhuma janela, porque a casa na verdade só tem duas janelas, ambas na sala, e a sala está atolada de móveis, sobretudo estantes cheias de livros e coisas que se partem, o que também não é incrível para crianças porque a certa altura eles gostam de explorar tudo. Mas enfim, vamos ver, o mercado da habitação não está nada fácil.
"Não aconteceu de uma vez, foi acontecendo, até um dia perceber que queria ficar para sempre. Não na casa, com a pessoa. Mas não se costuma dizer que há pessoas que são casas?" — Esta frase tocou-me. E muito! Não só por refletir o que têm sido os meus últimos meses, mas sobretudo por reforçar que "há pesosas que são casa". O JR é uma casa e tanto, nunca me senti tão eu com ele... Onde quer que estejamos, estaremos sempre acolhidos.
Que texto maravilhoso, Raquel. Só lamento estar a lê-lo quase um mês depois.
Oh, ele não passou de prazo, vinhas sempre a tempo! Obrigada pelas palavras ❤️
Que texto bonito. Uma leitura bastante agradável.
No meu caso, evito pensar nas casas onde andei/cresci porque, apesar de sentir felicidade, também sinto que era uma vida completamente diferente (a minha vida deu um 180º depois do divórcio dos meus pais) e traz-me dor/mágoa.
Contudo, pergunto-me muitas vezes se algum dia vou sentir aquela sensação de "casa". Sei que é um conceito muito de filmes e séries, e que nós somos a nossa casa, mas ainda assim, gostava de sentir "é isto, é aqui" (claro que este é um pensamento muito fixo e a vida é tudo menos isso, mas pronto haha)
Lamento pela tua experiência e espero que, um dia, encontres a “casa”. Sinceramente, eu também gostava de encontrar a minha, de ter essa sensação de que encontrei A Casa. 🤞🏻
Obrigada, Raquel 🙏
Por acaso, ia-te perguntar se tinhas sentido isso/a tua opinião sobre o tema, mas já me respondeste haha espero o mesmo para ti 🤞
Que lindo texto.
Obrigada ✨
belo texto para ler enquanto nos mudamos de casa. a autoficção potente é assim, fala de si mas pensa colectivamente. parabéns, R.
não esquecer o MRH e que é nosso vizinho ;) https://referendopelahabitacao.pt/pt/
Obrigada! Fico muito feliz por receber feedback deste. Vou acrescentar o MRH assim que conseguir: obrigada pelo alerta!
Que texto fixe! Gostei muito, e é giro encontrar os pontos comuns na jornada. Desde o Algarve a Arroios, passando agora pela necessidade de dar algo melhor aos próximos 😌
Obrigada David! De facto é curioso: espero que consigamos encontrar a próxima casa e que tenhamos um percurso bonito pela frente!
Ai, que texto lindo, Raquel. Ler e pensar sobre as casas onde crescemos, tivemos e superámos as dores de crescimento deixa-me sempre muito emocionada. Precisaria de mais tempo para refletir em condições sobre as minhas casas, por isso não será aqui nos comentários, mas acho que te vou levar como inspiração para um próximo post, com os devidos créditos, claro :)
Obrigada Carolina! Sinto que haveria ainda tanto por dizer. Gostava de ter mais tempo para me sentar a escrever mergulhos íntimos mas com a bebé tem sido difícil. Mas fico à espera do teu testemunho ❤️
Claro, imagino! Mas é essa a tua magia; mesmo em "pouco" (ou em menos do que gostarias, vá), dizes muito. E talvez, quando a Teresinha permitir, quem sabe não tens vontade de voltar às casas e fazer uma estadia mental mais prolongada em cada uma delas? Assim uma espécie de zoom in em cada um dos cenários. Eu leria com todo o gosto ❤️ e obrigada, vou fazer por trazê-lo em breve!
Também me lembro de uma Igreja perto do local onde cresci no Algarve. O cãozinho da vizinha vinha visitar-nos porque lhe dávamos batatas fritas. Depois fui viver para Lisboa onde havia cocó por todas as ruas, depois para Santo António dos Cavaleiros onde a arquitetura brutalista deve ter contribuído para o desarranjo mental que ganhei na adolescência. Depois ainda vivi sozinho em Lisboa na loucura da faculdade, e numa praia. Agora estou na experiência estranha de viver com o meu pai e a minha mãe, que estão divorciados e há sempre alguma discussão. Eu tomo sempre o lado do meu pai, embora às vezes ele exagera.
Se não é indiscrição, onde cresceste no Algarve? De facto o sul tem muitas igrejas. Em Tavira, há umas 23!
Obrigada pela partilha. Não consigo imaginar o que seria voltar a viver com os meus pais, ainda por cima se estivessem divorciados. Espero que, apesar disso, tenhas paz.
Vivi na Mexilhoeira Grande, uma aldeia entre Portimão e Lagos
Que bom que foi ler isto e perceber que conheci quase todas as casinhas! Até a de Tavira, que descreves de forma tão bonita. E o nosso 203!
Que me convides para esse futuro lar batido do Sol e que as estantes cheguem e sobrem para os livros da família toda! ❤️
Era um bom apartamento esse, devo dizer. Lembro-me de brincar ao basebol improvisado nas traseiras do prédio, com os amigos do bairro.
Fiquei cheia de vontade de escrever um assim! Até porque tenho aqui no bolso muitas peripécias entre diferentes paredes 🏡
Escreve 🙏
É estranho ler esta tua experiência porque vivi 27 anos na mesma casa, até sair para a minha independência, já depois da faculdade, já a trabalhar. Vivi um ano numa casa partilhada, e outros seis numa casa horrível na Penha de França onde acabei por reencontrar o amor da minha vida e ser pai pela primeira vez. Cedo percebemos o mesmo: precisavamos de mais espaço. Principalmente para o miúdo poder correr e explorar sem grande limitações e cacetadas em móveis. Aliás, o mais novo, ele já nascido na casa atual, nos subúrbios, tem outra desenvoltura. Achamos sempre que a casa da Penha atrasou o desenvolvimento motor do mais velho, na altura. Podem ser também manias de pais. Mas a experiência de ter vivo em imensas casas é-me estranha. Um dia hei-de escrever sobre precisamente isso: a importância da casa dos meus e os processos de cristalização que ainda hoje acontecem naquelas divisões. Gostei muito do texto, Raquel.
Obrigada João, sobretudo pela partilha da tua experiência de paternidade numa casa com pouco espaço. Receio que na nossa casa actual a Teresa também não terá espaço para correr sem andar às cacetadas. O quarto dela é absolutamente minúsculo, sem nenhuma janela, porque a casa na verdade só tem duas janelas, ambas na sala, e a sala está atolada de móveis, sobretudo estantes cheias de livros e coisas que se partem, o que também não é incrível para crianças porque a certa altura eles gostam de explorar tudo. Mas enfim, vamos ver, o mercado da habitação não está nada fácil.
Fiquei com vontade de escrever sobre o mesmo!
Força Sofia! Teria todo o gosto em ler, se tiveres vontade de partilhar/publicar.